Minha escola, minha vida

Em comemoração ao dia dos professores publicamos aqui um poema do poeta Aderbal Ferreira que foi dedicado à Dona Terezinha Gomes por ocasião do sua aniversário que é comemorado em 15 de outubro.

O poema trata da trajetória de Dona Terezinha e mostra o quanto ela dedicou-se a educação em meios aos contratempos.


MINHA ESCOLA, MINHA VIDA

Peço ao divino Mestre
Que me dê inspiração
E que eu narre aqui em versos
Com muita convicção
A escola que foi vida
De uma pessoa querida
Que nasceu na região

Dona Terezinha Gomes
Em Córrego de São Mateus
Quinze de outubro de trinta e cinco
Foi a data em que nasceu
Essa mulher batalhadora
Uma destacada educadora
Pelo dom dado por Deus

Nascida em Boa Saúde
Mulher de grande porte
Desde a infância ela tinha 
Na educação o seu forte
De ser uma professora
E uma grande educadora
No Rio Grande do Norte

No ano cinquenta e três
Teve início a trajetória
Pois Dr. Crezo Bezerra
Entrou para sua história
Em dois de fevereiro do ano
Começou ela seu plano
Para a carreira de glória

Começou a ensinar
Lá na Rua Principal
No Córrego de São Mateus
Por três anos no total
Quando então se casou
E para o Jacaré se mudou
Porém lá continuou
O trabalho educacional


Ensinava em Jacaré
Aos filhos dos empregados
E também aos mais adultos
Que eram alfabetizados
Para serem eleitores
Ajudava ela aos senhores
Num trabalho dedicado

Candidatou-se a Câmara
Essa grande batalhadora
Em São José do Mipibu
Onde então era eleitora
Ficou na primeira suplência
E por uma desistência
Tornou-se vereadora

Já na eleição seguinte
Repetiu a empreitada
Devido a sua atuação
Foram as urnas apuradas
Logo viu que Terezinha
Dessa outra vez tinha
Sido ela a mais votada

No ano de 62
No Córrego voltou a morar
Falou com Lourdes Peixoto
Para voltar a ensinar
Foi ao Sítio Paturis
Para com Joaquim falar
Conseguiu trinta alunos
Tendo sido oportunos
Para Terezinha lecionar

Na época Lagoa Salgada
Tornou-se emancipada
E a fazenda do seu pai
Na divisa era localizada
Entre Salgada e Vera Cruz
Foi quando teve uma luz
De mudar sua empreitada

Terezinha tão dedicada
Tomou uma providência
Lá alugou uma sala
Em uma residência
Com Neves a sua irmã
Ensinava pela manhã
Com zelo e competência

Ela comprou um terreno
Juntamente com um salão
Para ampliar a sua escola
Melhorando a educação
Convidou Maria Dalvina
Que também era gente fina
Com muita dedicação

Nessa época Terezinha
No ano de sessenta e três
Conseguiu até um quadro
E outras salas ela fez
Com algumas carteiras usadas
Que à ela foram doadas
E melhorou mais uma vez

Em mil novecentos e setenta
A chefe do NURE esteve
Em visita a Vera Cruz
E foi então ao local
Á escola Iracema Brandão
E fez uma nomeação
Para diretora geral
Maria Nazaré Wanderley
A escola passou a se chamar
Era o nome de uma amiga
Que quis homenagear
E assim eram dias
Repletos de alegria
Com os alunos a estudar

Terezinha trabalhava
Com muita dedicação
E as datas comemorativas
Tinha sempre atuação
O desfile principalmente
Onde tinha muita gente
Nessa comemoração

Paulo de Souza em setenta e sete
Na eleição foi eleito
Tendo em Januário Cicco
Ele sido um grande prefeito
E que numa divisão
Ele fez a separação
Das escolas com muito jeito

Sendo assim a sua escola
Ao sair de Vera Cruz
Passou então a pertencer
Ao NURE de Nova Cruz
Tendo a chefe Auzimar
Decidido lhe nomear
Diretora pra fazer jus

No ano de oitenta e três
Essa mulher pragmática
Criou ela o supletivo
Enfrentando uma problemática
E de uma forma analítica
Ensinou Moral e Cívica
OSPB e Matemática

Aposentou-se me 85
Após trinta e um anos trabalhar
Para não deixar a escola
Depois de se aposentar
Arranjou ela um contrato
Para técnica “D” de fato
E na escola continuar

Em 90 ela apoiou
Um governo que perdeu
O eleito perseguiu
E um ultimato lhe deu
Pois o prédio era alugado
Foi quando ai o Estado
Construiu um prédio seu

Foi aí que Terezinha
Pediu sua remoção
Para ir pra Bom Jesus
Encontrando a solução
Para tentar se ver livre
Da situação terrível
De total perseguição

Em maio de 91
Chegou o novo diretor
Foi um dia de tristeza
E para ela de muita dor
Como se fosse arrancado
O seu coração dedicado
Ao trabalho com amor

Voltou ela para casa
Com a sua amiguinha
Erotildes era o nome
Era amiga e vizinha
Sentiu-se muito atingida
Pois a escola e sua vida
Agora ela já não tinha

Na escola Natália Fonseca
Foi em Bom Jesus trabalhar
Uma escolinha amarela
Que lhe fazia lembrar
A escolinha que era sua
Mas a realidade crua
Ajudou-lhe a superar

Tudo ela se lembrava
Na novela carrossel
Vendo os alunos entregarem
Presentes ao menestrel
Olhando aqueles exemplos
Lembrava dos velhos tempos
Que cumprira seu papel

Lembrava ela das festas
Que os alunos faziam
Pois em seu aniversário
Seu valor reconheciam
E no dia do professor
Quando assim o seu valor
Todos lhe reconheciam

Ela amor suas escolas
Como ninguém mais amou
E até mesmo um poema
Terezinha dedicou
As escolas da sua vida
Foi a coisa mais querida
Que Terezinha gostou

“Minha escola, minha vida
Quisera hoje eu te evitar
De ausente e triste somente
As horas passam a suspirar
Todo dia por espera
Porém só vejo o dia passar
E nesta saudade assim vivo
Nunca mais vou te encontrar
Eu bem queria que aqui estivesse
Poder te ver e também falar
Já faz tempo que fosse embora
Para nunca mais voltar”

No ano de 95
Para o Córrego ela voltou
E a disposição da prefeitura
De Boa Saúde ficou
Na escola Nossa Senhora
Do Perpétuo Socorro
Dez anos trabalhou

Hoje a nossa educação
Terezinha não tem mais
Mulher forte e dedicada
Convicta em seus diais
Nos anos em que trabalhou
A muita gente educou
Com ideias geniais

Foi muito bom meus leitores
Sobre Terezinha escrever
Pois no ano de 83
Eu passei a lhe conhecer
Em Vera Cruz trabalhava
E quando com ela conversava
Tinha sempre o que aprender

Autor: Adebal Ferreira


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