Os Festejos Juninos
As festas juninas, em Boa Saúde, como em todo o interior do Nordeste, reúnem uma série de costumes populares. No passado, como ainda hoje, embora com menos intensidade, as fogueiras eram acesas em frente às residências, às vésperas do dia dedicado a cada santo: 12 de junho, Santo Antônio; 23 de junho, São João e 28 de junho, São Pedro.
Na véspera de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro, as moças faziam preces e simpatias, com o objetivo de saber o nome e as características do futuro noivo ou marido. Era comum as crianças ou jovens tomarem as pessoas mais idosas como padrinhos de fogueira, num ritual em que se dizia três vezes: “São João disse e São Pedro confirmou, que o senhor fosse meu padrinho (o futuro padrinho respondia), e você meu afilhado, que Jesus Cristo mandou” .
Eram assadas espigas de milho na fogueira e servidas comidas típicas: milho verde cozido em espiga, pamonha, canjica, bolo de milho, bolo preto, ou “pé-de-moleque”, além de outras gulozeimas.
As novenas eram rezadas ou cantadas, geralmente ao pé do oratório, e, no terreiro, soltavam-se foguetões e outros tipos de fogos: bomba, traque, estrelinha, chuveiro, “mijão”. A meninada gostava de colocar uma bomba debaixo de uma lata e ficava esperando o estouro e a lata “voar” em bandas.
Completando os festejos, não faltavam as músicas e os bailes juninos. A palavra forró, no passado, não era muito aceita, sendo considerada como não familiar. As quadrilhas eram bem marcadas, com os participantes caracterizados de matutos e a cerimônia do casamento tendo como personagens principais: os noivos, pais e padrinhos, o padre e o delegado, visto que a noiva casava, sempre, grávida.
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O texto foi extraído do livro Boa Saúde: Origem e história escrito por José Alai e Maria de Deus. Algumas imagens são dos blogs que José Alai mantinha. O objetivo dessa postagem é tão somente conservar nossa história.