NOSSA HISTÓRIA - A capela de Nossa Senhora da Saúde

A Capela de Nossa Senhora da Saúde


Capela de Nossa Senhora da Saúde - Construção Antiga
Não se sabe, com exatidão a época da construção da primeira capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde. O mais provável é que tenha ocorrido antes de 1878, quando documentos já mencionados evidenciam a existência do povoado com o nome de Boa Saúde, que teria começado a crescer a partir da referida construção e da devoção a Nossa Senhora da Saúde, após a propagação da cura a ela atribuída.

Edificada por iniciativa de Luiz Francisco da Costa, conhecido como Luiz Cachoeira, contando com o apoio das famílias residentes na localidade e com a colaboração dos demais Cachoeira, a referida capela teve como pedreiro o senhor Antônio Badamero Sacca. Segundo os moradores mais antigos, a madeira utilizada na sua cobertura foi retirada das proximidades da construção, que era do tipo duas águas, com uma única porta larga na frente. A imagem de Nossa Senhora da Saúde, Luiz Cachoeira teria mandado buscar em Roma, enquanto o sino, teria sido uma doação de Pedro Francisco da Costa, denominado de Pedro Cachoeira, sendo desconhecida a sua origem, sabendo-se, entretanto, que foi trazido de Macaíba, em lombo de burro.

Capela de Nossa Senhora da Saúde - Construção Antiga
A primeira capela, muitos anos depois, foi reformada e ampliada, como mostra a sua foto. Tinha uma fachada em estilo colonial e o seu interior era constituído pela nave-central separada da capela-mor por uma grande arcada. Nas laterais existiam corredores separados da parte central por arcadas menores. Possuía um único altar, formado por vários degraus e três nichos com as imagens de Nossa Senhora da Saúde, ao centro, ladeada por São Sebastião e Nossa Senhora da Apresentação.

Quanto à assistência dada à capela de Boa Saúde por parte dos vigários da Paróquia de São José de Mibibu, no seu livro de tombo mais antigo, existente no arquivo da Cúria Arquidiocesana de Natal, encontramos algumas informações:

Datado de 29/06/1931, quando era pároco o Pe. Antônio Brilhante d’Alencar, encontramos o seguinte relato: “De 24 de junho a 28 do m m visitei as capelas de Monte Alegre, onde fiz uma novena em honra de S. João Batista e missa e reunião do Apostolado, Vera Cruz, Salgada e Boa Saude celebrei o santo sacrifício da missa e fiz desobriga paroquial e preguei em todas as trez capelas e distribui a sagrada comunhão a 215 pessoas sendo o maior nº em Boa Saúde e Monte Alegre”.

Quando o Pe. Antônio Brilhante faz referências ao trabalho da paróquia durante o ano de 1932, mais uma vez a capela de Boa Saúde é citada. “... visita paroquial com desobriga nas capelas de Monte Alegre, Boa Saude, Salgada, Vera Cruz, Laranjeira dos Cosmes e Japecanga todas com excelente resultado espiritual a excepção da última. S. José 31 de Dezembro de 1932. Pe. Brilhante”.

Datada de 30/04/1933, encontramos uma referência a Festa de 02 de Fevereiro: “Nos meses de Janeiro, Fevo, Março e Abril foram celebradas as 1as 6as feiras com regular solenidade e visita as capelas de Monte Alegre, Vera Cruz, Salgada e Boa Saúde e nesta ultima um triduo solene – festa da padroeira”.

Outra anotação do ano de 1933 é sobre o patrimônio da capela de Nossa Senhora da Saúde: “Há em Boa Saúde pequeno patrimônio de Nossa Senhora da Boa Saúde, constituído em gados, constante de trez vacas, um boiato de quatro heras, um novilhote, uma novilha e dois bezerros a s-s, em poder do Sr. José Cachoeira, morador no sitio Limeira deste município de São José de Mipibu, conforme carta do Sr. José Heronides da Câmara e Silva, com data de vinte e um de outubro de mil novecentos e trinta e um.”

Em 1934, no período de 15 de fevereiro a 03 de março, Frei José Maria Casanova, missionário da Ordem Carmelita, realizou Missões na Paróquia de São José de Mipibu. Além da sede da paróquia, foram visitadas as capelas, inclusive a de Boa Saúde, onde, conforme o relato do Pe. Paulo Herôncio, vigário na época, foram realizadas 432 comunhões, 15 batizados, 19 casamentos, 07 pregações, 01 procissão e 01 romaria ao cemitério.

Outra informação encontrada, de forma muito resumida sobre a festa de 02 de fevereiro de 1935, e que faz referência a uma reforma realizada na capela, na íntegra, é a seguinte: “Fez-se em Boa Saúde a festa da Padroeira, inaugurando-se os trabalhos de remodelação da capela”.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde - Construção Antiga
Outra reforma aconteceu na referida capela, quando era vigário de São José de Mipibu o Pe. Antônio Barros. A capela-mor passou por uma total transformação. O altar antigo foi substituído por um outro de arquitetura mais moderna, os corredores e arcadas laterais foram demolidos e foi construída uma sacristia.

Na primeira metade da década de l960, a igreja antiga foi quase toda demolida, restando apenas o alicerce e algumas paredes da capela-mor. No local surgiu a igreja atual, projetada e construída por Pe. Antônio Vilela Dantas, primeiro vigário da paróquia de Serra Caiada, criada em l956, à qual a capela de Boa Saúde passou a pertencer. Toda comunidade católica se empenhou e contribuiu para a construção da nova capela, tendo como fonte de renda as festas da padroeira. O principal encarregado da construção foi o senhor Sebastião Cleodom de Medeiros, comerciante e uma das lideranças da comunidade na época. A torre da referida capela teve sua construção mais recente, quando a Paróquia de Serra Caiada tinha como Vigário o Pe. José Amorim de Souza.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde - Construção Atual
Nas décadas de 1930 e 1940, a principal zeladora da capela de Nossa Senhora da Saúde era a Senhora Ana Ferreira Ribeiro, esposa do Senhor José Calazans e mais conhecida como Donana. Depois, a referida capela ficou sob os cuidados e a dedicação da Senhorita Helena Costa, durante muitos anos, período em que o seu irmão Augusto José da Costa, mais conhecido como Gustavo, era quem tocava o sino.

Páginas 37 a 40

O texto foi extraído do livro Boa Saúde: Origem e história escrito por José Alai e Maria de Deus. Algumas imagens são dos blogs que José Alai mantinha. O objetivo dessa postagem é tão somente conservar nossa história.

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