As Parteiras Curiosas de Boa Saúde
No passado, as parteiras curiosas assumiram um papel muito importante na vida das comunidades do interior, principalmente no Nordeste do Brasil.
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Preta Valentim Parteira curiosa de Córrego de São Mateus |
As parteiras curiosas, também chamadas de comadres, assistiam às mulheres grávidas por ocasião dos partos, que eram realizados em casa, acompanhados de muito mistério e medo. As proteções de Nossa Senhora do Bom Parto e de Nossa Senhora da Saúde eram invocadas, acompanhadas de orações, simpatias e procedimentos próprios e característicos da ocasião e da época. Acreditava-se que esfregar alho ou cuspe de fumo no abdome, soprar numa garrafa, sentar num pilão ou numa cuia de cinco litros, facilitavam a saída do feto. Quando não ocorria a expulsão da placenta , dizia-se que a paciente não tinha se “desocupado” e, a infecção decorrente desse fato quase sempre causava a morte. Daí a expressão “morreu de parto”. Era comum, após o parto, a mulher ficar de “resguardo” durante 40 dias. Neste período, só podia tomar banho depois de l5 dias e qualquer susto, raiva, queda, ou fato semelhante, era causa para “quebrar o resguardo”. Para evitar hemorragia, no umbigo do recém-nascido colocava-se um pouco de teia de aranha e para ajudar a sarar usava-se azeite de carrapateira.
Festejava-se os nascimentos das crianças com foguetões e às visitas era oferecida uma mistura de cachaça com mel de abelha, chamada de “mijo do menino” ou da menina, conforme o caso, e ainda, de “cachimbo”, denominação que certamente tem a haver com o cachimbo das curiosas, pois, geralmente, tinham o hábito de fumar.
As curiosas passavam a ser consideradas comadres das parturientes e os recém-nascidos, quando crescidos, as chamavam de mãe fulana ou cicrana, conforme os seus nomes. Em Boa Saúde, há uns quarenta anos atrás, a maioria dos partos eram assistidos por parteiras curiosas, algumas delas ainda hoje lembradas, como: Maria Cabocla, conhecida como Mãe Maria; Francisca Justino ou Mãe Chiquinha, que trabalhava como louceira e Joaquina Preta, chamada de Mãe Joaquina, que também era rezadeira.
O texto foi extraído do livro Boa Saúde: Origem e história escrito por José Alai e Maria de Deus. Algumas imagens são dos blogs que José Alai mantinha. O objetivo dessa postagem é tão somente conservar nossa história.
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O texto foi extraído do livro Boa Saúde: Origem e história escrito por José Alai e Maria de Deus. Algumas imagens são dos blogs que José Alai mantinha. O objetivo dessa postagem é tão somente conservar nossa história.
Desse jeito
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